Rei Lear de William Shakespeare
AUDITÓRIO | 21H30
Rei Lear resolve dividir o seu reino em três partes para se livrar do peso das responsabilidades da coroa. O tamanho do território destinado a cada uma das filhas terá de ser merecido por um eloquente e afetuoso discurso. Cordélia diz a verdade e é desprezada pelo pai.
Gloucester acredita, sem hesitações, no discurso de Edmundo que lhe desvenda o plano de assassínio pelo irmão Edgar. Gloucester não duvida da veracidade dessa revelação nem confronta o filho Edgar com isso.
A partir daqui, Shakespeare desenvolve um enredo pleno de ambições, cegueira, hipocrisia e traições em confronto com uma forte presença de ações ligadas à verdade, à honra e à fidelidade. Esta interação constante precipitará consequências trágicas jamais imaginadas pelos próprios intervenientes. Os temas da retórica da lisonja, da justiça, da culpa, da degradação moral e dos resultados devastadores que os atos dos homens podem desencadear são tratados de modo profundo e com dimensão cósmica. Assistimos, não sem compaixão, ao terrível percurso dum Rei no sentido da sua humanização - mas nem mesmo uma ténue “justiça poética” lhe será permitida por Shakespeare naquele que é, talvez, o desfecho mais sombrio
de todas as suas tragédias.
Quatrocentos anos depois, tragicamente, muitas vezes ainda somos “reis” a aprenderem a ser homens…
TRADUÇÃO: FERNANDO VILLAS-BOAS ; ENCENAÇÃO: ROGÉRIO DE CARVALHO ; INTERPRETAÇÃO: JORGE PINTO, JOÃO CASTRO, IVO ALEXANDRE, ELMANO SANCHO, MIGUEL ELOY, ISABEL QUEIRÓS, PEDRO GALIZA, VÂNIA MENDES, SIMÃO DO VALE, RAQUEL PEREIRA, ANTÓNIO PARRA, DIOGO FREITAS, DANIEL SILVA ; CENOGRAFIA: PEDRO TUDELA ;MÚSICA: RICARDO PINTO FIGURINOS: BERNARDO MONTEIRO ; DESENHO DE LUZ: JORGE RIBEIRO ASS. ENCENAÇÃO: EMÍLIA SILVESTRE
COPRODUÇÃO:
ENSEMBLE, TEATRO NACIONAL SÃO JOÃO, TEATRO MUNICIPAL DE BRAGANÇA
M/12 \\ 7,00 EUROS