ELA LOBO
21H
6,00 EUROS
TEATRO DA TERRA
ELA LOBO
de Ana Lázaro
“Talvez o mundo não seja pequeno (Cálice) Nem seja a vida um fato consumado (Cálice) Quero inventar o meu próprio pecado (Cálice) Quero morrer do meu próprio veneno (Pai, cálice) Quero perder de vez tua cabeça (Cálice) Minha cabeça perder teu juízo (Cálice) Quero cheirar fumaça de óleo diesel (Cálice) Me embriagar até que alguém me esqueça (Cálice)” Chico Buarque
Em fevereiro de 1587 Maria Stuart foi decapitada, depois de uma trama de conspirações, jogos de poder e disputas de território, engendradas em grande parte por uma teia de homens, terem levado Isabel I a ordenar a sua execução. Golpes de autoritarismo, poder e disputa protagonizados sobretudo por figuras masculinas atravessaram os tempos, alteraram mapas e sobretudo redimensionaram a escala do sofrimento e êxodo humano. Poucas foram as mulheres que participaram na liderança destes movimentos. “She Wolf” foi utilizada no teatro inglês para classificar rainhas de origem francesa que se envolveram num universo dominado por homens: o da política. Ao longo das gerações, a memória coletiva cristalizou o imaginário dessas mulheres que lideravam exércitos e conselhos de ministros como algo não natural.
Duas Rainhas, antigas rivais, digladiam-se ferozmente depois de terem perdido todos os territórios que outrora lhes pertenceram. Apesar de ambas terem saído derrotadas, e mesmo já não sendo rainhas de coisa nenhuma, lutam pelo que resta de uma nogueira: tudo o que sobrou do vasto território lhes foi retirado, numa manobra de invasão avassaladora operada por um exército demolidor. Mais do que vítimas da conquista, são vítimas da agonia e da tormenta da inveja: o cálice da inveja.
Numa narrativa que oscila entre o Humor e o tom de Epopeia, as duas figuras de rainha (quase caricaturais, quase grotescas) são a expressão máxima do excesso e da soberba. Destituídas de uma época ou contexto real, são uma espécie de personificação ficcional das líderes poderosas e reais que atravessaram a história do Mundo. São também profundamente humanas: na sua carência de afeto, nos seus gestos mundanos, na sua profunda fraqueza e vulnerabilidade.
Encenação: Maria João Luís ; Com: Sílvia Figueiredo e Maria João Luís ; Cenografia Daniela Cardante ; Figurinos Dino Alves ; Desenho de Luz: Pedro Domingos
Assistência de encenação: Statt Miller ; Produção executiva: Diana Especial , Assistência de produção: Filipe Gomes: Direcção de produção: Pedro Domingos ; Fotografia: Alípio Padilha.
Produção: Teatro da Terra 2023 ; Co-produção: Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, Teatro Municipal de Bragança, Centro Cultural Raiano.
AUDITÓRIO • M12• 75 min.
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